Trânsito · Adriana Bernardes
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18 de fevereiro | |
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25 de março
Divino Alves Ferreira, 69 anos, morreu ao ter a bicicleta atingida por um veículo. O acidente foi na BR-070, na M Norte, em Taguatinga.
12 de março
Um acidente entre dois carros na BR-070, perto de Taguatinga, matou Raimundo Alves da Silva Filho, 44 anos.
6 de março
O motociclista André Luiz de Oliveira, 33 anos, morreu após ser atingido por uma Kombi que, segundo a polícia, era conduzida por um motorista alcoolizado.
18 de fevereiro
O engavetamento na BR-020 envolvendo um caminhão e seis carros tirou a vida de Raimunda Gonçalves da Silva, 68 anos. Ela teve fraturas múltiplas e hemorragia interna, foi socorrida, mas não resistiu.
16 de fevereiro
Na DF-001, perto da barragem do Paranoá, um veículo com três jovens bateu em uma pedra na beira da pista. Jackson Aguiar da Cruz, Jonas Fernandes da Silva e Lúcio Fernandes de Oliveira Rodrigues, os três com 19 anos, morreram na hora.
28 de janeiro
A colisão entre dois carros na DF-180 matou Cristiano Pereira de Oliveira, 25, anos, Daniela dos Santos Rabelo, 26, e Tiago Silva Aguiar,21.
23 de janeiro
Duas pessoas morreram em acidentes na rodovia BR-020. Pedro Gomes dos Santos, 31 anos, foi atropelado quando tentava atravessar a rodovia, na altura do km 13, entre Planaltina e Sobradinho. E o bombeiro Márcio Bomtempo caiu da sua motocicleta na altura do Km 10. Ele morreu na hora.
Trânsito
Onde o perigo é maior
Taguatinga, BR-070 e DF-001 são os locais em que mais se registraram acidentes fatais no primeiro trimestre do ano
· Adriana Bernardes
Fotos: Valério Ayres/Esp. CB/D.A Press |
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Para Flávia Oliveira, a Avenida Hélio Prates, em Taguatinga, oferece riscos a motoristas, motoqueiros e pedestres |
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O mapa dos acidentes fatais no Distrito Federal aponta para o risco maior em Taguatinga e Planaltina, com sete e cinco casos respectivamente nos três primeiros meses deste ano. Entre as rodovias federais, a BR-070, que leva a Águas Lindas (Goiás), lidera o ranking. Já nas rodovias distritais, a que tem mais acidentes com morte é a DF-001, seguida da DF-003 (Estrada Parque Indústria e Abastecimento, a Epia). A maior parte dos endereços da morte são velhos conhecidos dos órgãos de trânsito e, mesmo assim, as pessoas continuam morrendo nesses locais. É o caso de Taguatinga e da DF-003. Elas aparecem entre os endereços mais violentos nos boletins de 2008, de 2009 e também no boletim parcial deste ano.
Em Taguatinga, a Avenida Hélio Prates foi a que teve o maior número de acidentes com feridos em 2008. Na tarde da última quarta-feira, a reportagem percorreu o trecho e constatou travessias arriscadas de pedestres entre os carros e fluxo intenso de veículos. A estudante de administração Flávia Oliveira, 30 anos, diz que os acidentes são frequentes, especialmente na altura da Feira dos Goianos e às quartas-feiras, quando o comércio no local é intenso. “Por aqui, não tem faixa de pedestre. As pessoas atravessam entre os carros e acabam atropeladas por motoqueiros que fazem corredor”, comenta.
Entre as rodovias distritais, a DF-001 é a que tem o maior número de acidentes fatais. Uma das explicações é o tamanho da via: uma das mais extensas da capital, nela circula boa parte das cidades do DF, tanto que é batizada de Estrada Parque Contorno. “A quantidade de carros é imensa. Todo mundo apressado para chegar em algum lugar. O que a gente vê de barbaridade não está escrito em lugar nenhum. E não tem agente de trânsito fiscalizando nos horários de maior movimento”, critica o estudante de Direito Marcelo Novaes Branco, 26, morador do Recanto das Emas.
Causas
Diretor de Segurança do Trânsito do Detran, Silvain Fonseca aponta várias razões para o aumento dos acidentes e das mortes no DF este ano. Segundo ele, janeiro foi o pior mês dos últimos anos porque boa parte dos agentes estava de férias e a fiscalização arrefeceu. “Desde a lei seca (que entrou em vigor em junho de 2008), vínhamos em um ritmo acelerado de operações e, com isso, adiamos as férias e os abonos. Quando chegou janeiro, não podíamos adiar mais, caso contrário, estaríamos descumprindo a lei”, informou.
A falta de servidores denunciadas pelo Sindetran é confirmada por Fonseca. Segundo ele, para atender a demanda do DF seria preciso preencher pelo menos os 700 cargos previstos, mas o ideal é que o Detran tenha mil agentes. “Com poucos agentes de trânsito, temos que reduzir o número de fiscalizações, especialmente em algumas cidades, como Ceilândia. Em algumas regiões administrativas, é comum abordarmos bandidos, pessoas armadas e sem o porte obrigatório. Para garantir a nossa segurança, montamos operações com mais agentes e isso descobre outras áreas”, explica.
Estudos
Fonseca lembra ainda que, este ano, há 100 mil veículos a mais circulando no DF. O número de condutores aumentou em 200 mil entre o primeiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2010. “Apesar de tudo isso, o DF é a unidade da Federação que mais aborda veículos no país. Isso contribui para que tenhamos conseguido estabilizar o número de mortes e acidentes nos últimos anos”, analisa.
O setor de estatística do Detran está levantando as causas das mortes no trânsito. Uma equipe do órgão vai até o local e verifica as condições da via, a sinalização, o comportamento dos motoristas e dos pedestres. O resultado de uma dessas visitas resultou no que Fonseca chama de canalização de pedestres na avenida central de Taguatinga. Apesar da faixa e do semáforo, as pessoas insistiam em atravessar entre os carros, elevando o número de mortes. O Detran instalou um grade de proteção que obriga o pedestre a atravessar no semáforo. A estrutura fica em frente ao Taguatinga Trade Center.
Com poucos agentes de trânsito, temos que reduzir o número de fiscalizações, especialmente em algumas cidades, como Ceilândia. Lá, é comum abordarmos bandidos, pessoas armadas e sem o porte obrigatório. Para garantir a nossa segurança, montamos operações com mais agentes e isso descobre outras áreas”
Silvain Fonseca, diretor de Segurança do Trânsito do Detran
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