segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A morte pede carona...

Morte por atropelamento desencadeia protestos

Publicação: 10 de Novembro de 2009 às 00:00


A morte por atropelamento do estudante Iandé Oiran, no último dia 11 de outubro, desencadeou uma série de protestos, ontem durante todo o dia, por parte de movimentos sociais que defendem a bicicleta como meio de transporte mais limpo e ecologicamente correto. Iandé Oiran foi atropelado no KM 122 da BR-101, próximo a São José de Mipibu, por um carro de passeio ainda não identificado pela Polícia Rodoviária.

O protesto teve como alvo a falta de ciclovias e a imprudência no trânsito do Rio Grande do Norte. O estudante estava voltando de Campina Grande, onde havia participado junto do Coletivo Cosmopolita Anarco-punk, grupo que atua com outros movimentos sociais em favor da sustentabilidade, de uma reunião. Na volta, aconteceu o acidente. “Se houvesse um local de proteção, como uma ciclovia, provavelmente não teria acontecido”, diz Maria Gerlane da Silva, mãe de Oiran. O carro, segundo relato de Maria Gerlande, fugiu do local sem prestar socorro. O rapaz completaria 20 anos amanhã.

O início do ato público aconteceu na BR-101, próximo a Cidade Satélite, onde uma “encenação” com bicicletas simbolizou a tragédia do acidente. Logo após, o grupo, de cerca de 40 pessoas, seguiu para a Praça Cívica onde fizeram uma passeata com faixas de protesto. Ainda houve uma exposição, leitura de poemas e o “Rangão Vegetariano” (o vegetarianismo é mais uma bandeira do movimento). A exposição fotográfica retratou momentos da participação de Iandé Oiran em atividades do Coletivo Anarco-punk, Passe Livre e Bicicletada Natal.

Sem ciclovia

“A ideia de se fazer isso dessa forma é porque o uso da bicicleta, a sustentabilidade, etc, eram causas do meu filho e ele estaria fazendo 20 anos essa semana”, explica Gerlane. A mãe de Oiran lembra que as obras da duplicação da BR-101 não incluíram a construção de nenhuma ciclovia. “É um espaço utilizado por trabalhadores também, que vão trabalhar de bicicleta e usam a bicicleta como meio de transporte preferencial porque não têm acesso a outros”, explica Gerlane. Ela ainda lembra que Natal não tem nenhuma ciclovia e que a única que existia – na Via Costeira - foi desativada.

O Coletivo Cosmopolita Anarco-punk é formado por amigos e atua em conjunto com diversos movimentos sociais do Rio Grande do Norte, como o Passe Livre e a Bicicletada Natal. De acordo com o integrante Bruno Prates, que é um dos membros, o Coletivo existe desde o final de 2005.

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