Por 4 votos a 3, o júri aceitou a acusação de homicídio com dolo eventual. Ou seja, ao trafegar pela faixa central do Eixão, a pelo menos 90 km/h e sob efeito de álcool (atestado pelo policial que flagrou o réu, após a fuga, numa blitz), o motorista Leonardo da Costa assumiu o risco de matar pedestres e ciclistas que passavam pelo local. No entanto, a decisão final do juiz se limitou à pena mínima de 6 anos, com o benefício de o réu poder recorrer em liberdade. Com tantas provas e testemunhos contra o acusado, o juiz relevou o fato de Leonardo não ter antecedentes criminais, ser trabalhador e ter um filho.
Ao final do julgamento, as pessoas que exigiam justiça, incluindo parentes e amigos de outras vítimas da guerra diária no trânsito, ficaram arrasadas e clamaram por justiça, com gritos e choros.
Resumindo, o criminoso atropelou, matou e fugiu. E, agora, escapou de uma pena justa!
Para aliviar a dor, fica a notícia que obtive com o promotor José Pimentel Neto – vale registrar que ele fez um excelente trabalho na acusação – de que o Ministério Público recorrerá da decisão.
Parabéns a todos que lutam por justiça, que não se conformam com a selvageria nas pistas. Vários cidadãos se concentraram desde cedo em frente ao tribunal, com faixas e bicicletas, e lotaram o plenário! Muita força e paz no coração, família Davison.
Manifestantes clamaram por justiça desde cedo em frente ao TJDFT
Li um comentário atribuído ao Persio no Correioweb (não sei se é dele mesmo), que achei muito apropriado. Ele destaca, de modo positivo, o fato de ter sido aceita a tipificação como dolo eventual. A sentença, embora decepcionante, fundamentou-se no fato de o réu ser primário, ter emprego e família. De qualquer forma, vai haver recurso, agora nos resta esperar...
ResponderExcluirO réu tem família, emprego e é primário. E o ciclista atropelado? Não tem família que mereça respeito, não tem emprego e só por isso vale a morte e não é primário pois insiste em usar um meio de transporte igualitário, pacífico e limpo?
ResponderExcluirO primeiro é premiado com a impunidade. O segundo é punido com a impunidade do algoz.
Ter família, emprego e ser primário, no Brasil, transforma assassinos em santos.
Quem vale mais para a justiça no Brasil???