O diretório nacional do DEM determinou, há duas semanas - logo após a prisão do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda -, que todos os filiados do partido deixassem seus cargos no GDF. Caso contrário, seriam expulsos da legenda. O Ex-Governador Paulo Octávio resistiu e, na véspera da data limite, terça-feira, pediu sua desfiliação. Minutos depois, renunciou ao cargo de governador interino e voltou a ser um cidadão comum. Já o Secretário de Transportes, Alberto Fraga, resistiu por mais tempo. Mas, diferente de Paulo Octávio, Fraga decidiu, ontem, deixar o cargo de secretário e continuar no partido, dizendo que precisava apenas de um prazo para fazer a transição. “Não posso simplesmente apagar a luz e sair”, disse.
Há alguns anos em Brasília, há muitos em outros lugares do mundo, pessoas se reúnem na última sexta-feira de cada mês para colocar bicicletas nas ruas e reivindicar uma cidade mais humana e menos opressora. Para celebrar o transporte acessível e ecológico. Nas gringas, chamaram de Critical Mass, por aqui a gente apelidou de Bicicletada. A propulsão humana contra a tirania do Apocalipse Motorizado. Circulem: os cartazes, as idéias e as bicicletas.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Bicicletada de fevereiro - bicicletas nas ruas
Pelo menos num dia do mês, a região central de Brasília fica tomada pelas bicicletas, que formam uma autêntica massa crítica.
Concentração a partir das 18h, no cimentão do Museu da República, ao lado da Catedral.
Ocupemos as vias em protesto contra a carrocracia dominante no DF. Venha pedalar, papear e soltar a voz: Mais Bicicletas = Menos Carros!
Em que cidade você prefere viver?
W3 Sul durante a Bicicletada de maio/2009
Uma das diversas vias expressas da capital federal
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
BICICLETADA DE FEVEREIRO!
Para quem quer comemorar o carnaval, ou para quem não gosta de carnaval mas quer comemorar a prisão do Arruda, a queda do P.O. e acompanhar de perto o efeito dominó...
Para conversar pessoalmente sobre os ultimos acontecimentos, as coisas boas, as coisas ruins e como podemos melhorar sempre!
Ou simplesmente para quem pedala todos os dias nesse trânsito maluco e sabe que tem ao menos UM DIA DO MÊS em que pode encontrar os amigos de bicicleta e pedalar tranquilamente, numa grande festa!!!!
BICICLETADA
DIA 26 DE FEVEREIRO DE 2010
19h
PRAÇA DAS BICICLETAS (Museu Nacional)
Vai rolar stencil, quem quiser chega mais cedo e leva camiseta!
http://www.bicicletadadf.blogsp
ÚH BICICLETADA!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Lições do caso Pedro Davison
» RODRIGO RIBEIRO NOVAES
Engenheiro, especialista em transporte urbano, diretor da Anesp (Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental)
Oresultado do julgamento do caso do
homicídio de Pedro Davison corrobora
a tese de que a humanidade caminha
“com passos de formiga e sem
vontade”, como canta Lulu Santos. Embora
levar um crime de trânsito ao júri popular e
obter uma condenação sejam em si uma vitória,
a aplicação da pena mínima em regime
semiaberto teve para a sociedade o
amargo sabor de derrota, de impotência, de
impunidade.
Que lições podemos tirar desse caso para
darmos alguns passos em direção a um
trânsito mais civilizado, no Brasil e em Brasília?
Em primeiro lugar, o Judiciário ainda
é largamente insensível à questão da violência
no trânsito — conclusão que tiro não
apenas do caso de Davison. Em outro triste
exemplo, das três mortes na Ponte JK, em
outubro de 2007, os desembargadores Sandra
de Santis e George Leite livraram Paulo
César Timponi de uma possível condenação
por dolo eventual (aquele em que se assume
o risco de matar), apesar de ele trafegar
a 130km/h e de terem sido encontrados
álcool e drogas em seu veículo.
É evidente que juízes e desembargadores,
todos com salários acima de R$ 20 mil, não
costumam andar de ônibus, a pé ou de bicicleta
pela cidade. Existe, portanto, uma empatia
natural dos agentes da Justiça com o
réu motorista e uma dificuldade de se colocarem
no lugar da vítima ou de sua família. É
necessário trazer esses tomadores de decisão
para fora de suas zonas de conforto, como
naquelas experiências em que uma pessoa
sem deficiência senta em uma cadeira
de rodas para andar pela cidade.
A segunda lição é que, ainda que aceitemos
a tese de que um crime ou desastre de
trânsito é um “acidente”, o elemento de fortuidade
perde-se quando o condutor não
presta socorro à vítima. Nesse ponto, o motorista
toma a decisão consciente de deixar
outro ser humano gravemente ferido morrer,
com a única intenção de escapar da Justiça.
Trata-se, portanto, de uma atitude dolosa,
criminosa e hedionda, que deveria, por
qualquer critério, ser inafiançável.
Esse problema é agravado pela prática de
se estabelecerem valores quase simbólicos
de fiança nos casos de omissão de socorro.
Leonardo Luiz da Costa, condenado no caso
Pedro Davison, pôde responder ao processo
em liberdade por mais de três anos, após pagar
meros R$ 2 mil — 4% do valor de seu luxuoso
Fiat Marea.
O último ponto a se tratar aqui tem a ver
exclusivamente com Brasília. O Eixão é
uma via que historicamente mata muitas
pessoas. Quantos outros casos semelhantes
ao de Pedro não conhecemos? Quantas
pessoas ainda precisarão morrer ali para
que o GDF tome providências?
Uma via com as características do Eixão,
em ambiente urbano, só deveria ter
velocidade máxima de 80km/h se houvesse
separação física, como uma barreira
entre os dois sentidos. Entretanto, a realidade
que todos fingem não ver é que o Eixão
é uma pista cuja divisão das mãos é
feita por pouco mais que duas linhas pintadas
de amarelo, onde há ciclistas e a travessia
de pedestres é frequente. Por esses
critérios, segundo manuais de segurança
aplicados na Europa e nos EUA, a velocidade
máxima deveria ser de 60km/h. Isso
diminuiria as mortes tanto por atropelamento
quanto por colisão frontal (Aos
preocupados com congestionamento,
lembro que a velocidade média não é a
máxima, especialmente no período de pico.
A capacidade da via seria reduzida em
apenas 6%, o que poderia facilmente ser
compensada com outras medidas).
O resultado do processo de Pedro Davison
tem que ser revisto e ir além da pena mínima.
A sociedade precisa fazer o Judiciário
entender que a violência no trânsito está em
níveis inadmissíveis. Não podemos mais
permitir fiança nos casos com omissão de
socorro. E o GDF precisa se mexer para que o
Eixão deixe de ser tão perigoso quanto é.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Resultado do júri popular – assassino do ciclista Pedro Davison
Por 4 votos a 3, o júri aceitou a acusação de homicídio com dolo eventual. Ou seja, ao trafegar pela faixa central do Eixão, a pelo menos 90 km/h e sob efeito de álcool (atestado pelo policial que flagrou o réu, após a fuga, numa blitz), o motorista Leonardo da Costa assumiu o risco de matar pedestres e ciclistas que passavam pelo local. No entanto, a decisão final do juiz se limitou à pena mínima de 6 anos, com o benefício de o réu poder recorrer em liberdade. Com tantas provas e testemunhos contra o acusado, o juiz relevou o fato de Leonardo não ter antecedentes criminais, ser trabalhador e ter um filho.
Ao final do julgamento, as pessoas que exigiam justiça, incluindo parentes e amigos de outras vítimas da guerra diária no trânsito, ficaram arrasadas e clamaram por justiça, com gritos e choros.
Resumindo, o criminoso atropelou, matou e fugiu. E, agora, escapou de uma pena justa!
Para aliviar a dor, fica a notícia que obtive com o promotor José Pimentel Neto – vale registrar que ele fez um excelente trabalho na acusação – de que o Ministério Público recorrerá da decisão.
Parabéns a todos que lutam por justiça, que não se conformam com a selvageria nas pistas. Vários cidadãos se concentraram desde cedo em frente ao tribunal, com faixas e bicicletas, e lotaram o plenário! Muita força e paz no coração, família Davison.
Manifestantes clamaram por justiça desde cedo em frente ao TJDFT
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
JÚRI POPULAR!
OBS: O uso do capacete é super importante para a segurança dos ciclistas. Compareçam com suas bikes e capacetes
Carta Aberta
O Tribunal do Júri de Brasília submeterá a julgamento no próximo dia 11/02 – quinta-feira Leonardo Luiz da Costa que, em 19 de agosto de 2006, atropelou e matou na faixa central do Eixão Sul o biólogo e ciclista Pedro Davison. O condutor, que dirigia seu veículo com total desrespeito à vida, em altíssima velocidade e em local proibido ao trânsito de veículos automotores, tinha sua habilitação vencida, consumia bebida alcoólica no momento do crime, não freou, não procurou evitar a morte, não prestou socorro e se evadiu.
É importante que nos manifestemos em defesa da vida e do respeito às leis, por um basta a essa violência e pelo fim da impunidade que permite que irresponsáveis permaneçam nas ruas destruindo vidas e dilacerando tantas famílias.
Fazemos convite para sua participação em manifestação que realizaremos no dia 11 de fevereiro em frente ao Tribunal de Justiça do DF, data do julgamento, às 7h, horário da chegada dos jurados e dos senhores juízes.
Sua presença é importante para que expressemos que é inaceitável que tais crimes permaneçam impunes. Não deixe de comparecer e mostrar que Brasília defende a paz no trânsito, a condução responsável e o fim da impunidade dos crimes cometidos nas vias do Distrito Federal.
Vamos mostrar que queremos justiça e a condenação do réu. Mostrar que Brasília não aceita mais que casos dessa natureza sejam equivocadamente tratados como mero acidente. Vamos manifestar nosso desejo de mudança desse paradigma e confirmar uma nova jurisprudência de condenação dos que não respeitam as leis, desconsideram a vida e assumem se tornarem criminosos no trânsito.
Seremos gratos pelo seu apoio e presença.
Brasília, 06 de fevereiro de 2010.
Beth e Persio Davison
DATA: 11/02/2010 – 07h
LOCAL: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS - TJDFT
Fórum Milton Sebastião Barbosa, Anexo “B”(em frente ao estacionamento)
Brasília - DF
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Bike elétrica ganha ruas da Europa, mas patina no Brasil
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À primeira vista, a ideia parece até romântica. Transporte barato, saudável e ecológico. Deu certo com europeus e chineses, historicamente habituados a pedalar por vias onde também passam veículos com quatro rodas. Mas no Brasil, a bicicleta elétrica ainda esbarra em interpretações vagas da regulamentação. A despeito dessa confusão, fabricantes e importadores acreditam que esse mercado vai crescer. As bicicletas elétricas surgiram na Europa há dez anos. Na Holanda, a frota já chega a 200 mil. Na França, o número de modelos "com assistência elétrica", como são chamados, gira em torno de 25 mil. Mas o Conselho Nacional de Profissionais do Ciclismo prevê aumento de 70% este ano, como resultado da chegada de novas marcas. As primeiras bikes elétricas importadas começaram a entrar no Brasil há dois anos. Caso da EcoBike, marca de uma empresa de Novo Hamburgo (RS) que traz o produto da China. No ano passado, a seguradora Porto Seguro procurou a Pro X, fabricante paulistano, e desenvolveu um modelo nacional para seus mecânicos, que prestam socorro nas ruas. Como o produto começou a chamar a atenção, a empresa lançou uma série limitada para venda. Mas enquanto os europeus têm normas claras sobre o que é uma bicicleta que se move com a ajuda de uma bateria, no Brasil cada um faz a própria interpretação. Se a resolução 315 do Conselho Nacional do Trânsito (Contran), publicada em maio de 2009, fosse cumprida, as bicicletas elétricas teriam que ser licenciadas e só poderiam ser conduzidas por quem tem carteira de habilitação. A norma já provoca protestos. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico encaminhou ao Contran pedido de nova resolução por discordar da decisão de classificar como ciclo-elétricos todos os veículos elétricos de duas rodas. Para a entidade, as bicicletas elétricas foram equiparadas às motonetas. Pela lei europeia, na bicicleta elétrica a "partida" deve ser feita pela força muscular do ciclista nos pedais. Além disso, o motor deve parar de funcionar quando a velocidade atingir 25 quilômetros por hora e quando o freio for acionado, ainda que o ciclista continue pedalando. A potência não deve superar 250 watts. Também é proibido o uso de dispositivo para fazer a bicicleta avançar sozinha. Fora dessas condições, o veículo entra na categoria ciclo-motor, o que exige um número de placa. O empresário Ricardo Machado, da Vrooom, empresa do Rio que se prepara para produzir no Brasil uma versão híbrida da Velosolex, modelo europeu que fez sucesso nos anos 70, entende que a resolução do Contran está correta. O veículo que ele promete lançar em 2011 terá dois motores: um a gasolina ou álcool e outro elétrico. Para Vitor Brock, da Ecobike, o modelo elétrico deve ser classificado como uma bicicleta. Seu produto, diz, atende tanto o estudante que vai para a escola quanto o idoso com dificuldades de locomoção. No início, houve casos de queixas de consumidores que foram parados por guardas que estranhavam o veículo. "Mas agora existe uma tolerância", diz. Por meio da coordenadoria de comunicação, a Secretaria Municipal dos Transportes de São Paulo conclui que pela resolução 315 do Contran, "a bicicleta elétrica está enquadrada dentro da definição de 'ciclo-motor' e não de 'bicicleta', que é veículo movido a propulsão humana". Segundo a secretaria, não cabe a cada município fixar as regras para o tráfego de bicicletas de forma geral, exceto em algumas situações. Segundo uma fonte da área de legislação do setor, essas exceções criam brechas. "Se a atual legislação já é bem confusa e deficiente em relação à bicicleta tradicional, a evolução para elétrica só tende a piorar a situação", afirma a fonte. O assunto preocupa profissionais do transporte. Para Marcos Bicalho, superintendente da ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), uma entidade civil, o problema é o conflito de um espaço dominado por carros e motos. A bicicleta, diz, poderia servir para curtas distâncias; mas, ao não ser fiscalizada, muitas vezes infringe regras, como a contramão. Ao mesmo tempo, é uma solução vista como "simpática" por várias razões. "Dizem que faz bem para a saúde, exceto quando o cidadão morre no trânsito. A elétrica ficará no meio do caminho, entre a bicicleta e a moto, o que exigirá regras mais rigorosas", diz Bicalho. |